A herança arquitetônica brasileira sob risco na Nigéria
Casa d'Água, em Lagos

Crédito, WIKICOMMONS / Arafat Awoyejo

Legenda da foto,

Uma das poucas grandes construções com influência brasileira que ainda restam no centro de Lagos é a chamada Casa d’Água

Ao retornarem do Brasil à África no século 19, alguns milhares de ex-escravizados levaram consigo uma série de hábitos relacionados às tradições brasileiras, tal como a língua, a música e até alguns pratos típicos. Mas talvez a herança mais palpável desse processo de regresso após 300 anos de trabalho forçado esteja nos edifícios e obras arquitetônicas em países como Nigéria e Benin.

Na região conhecida como bairro brasileiro, em Lagos, alguns prédios reproduzem a arquitetura desenvolvida durante o período colonial no território brasileiro. Ao andar pelos quarteirões dessa área, é quase impossível não notar as semelhanças com o histórico Pelourinho, em Salvador, na Bahia.

E não é um acaso. Ao final do século 19, com a revolta dos Malês, em Salvador, em1835 (que envolveu cerca de 600 africanos escravizados, a maioria muçulmanos) e posteriormente a abolição da escravatura, cerca de 8 mil escravizados libertos e alforriados, ou que foram expulsos após a rebelião, retornaram à África.

Os retornados ficaram conhecidos de diferentes formas ao longo da costa africana: no Benin, no Togo e na Nigéria foram chamados de “agudás” e em Gana de “tabons”.

Fonte: Câmara dos Deputados

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