Em Alagoas, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais recuou de 16% em 2019 para 14,4% em 2022, uma redução de pouco mais de 35 mil analfabetos, chegando a menor taxa da série, iniciada em 2016. No total, eram 370 mil pessoas que não sabiam ler e escrever no ano passado. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua: Educação 2022, divulgada na quarta-feira (7) pelo IBGE. Sendo que a taxa de analfabetismo das pessoas de 60 anos ou mais foi a que mais caiu, reduzindo-se em 3,9 pontos percentuais frente a 2019 e 9,3 p.p. em comparação a 2016.
O secretário de Estado da Educação, Marcius Beltrão, demonstrou otimismo com a pesquisa e afirmou que o trabalho do Governo de Alagoas para garantir a alfabetização na idade certa já vem surtindo efeito. Exemplo disso é a busca ativa do Vem Que Dá Tempo, que já reúne mais de 100 polos em todo o estado. Criado para trazer de volta à sala de aula quem, por qualquer motivo, interrompeu os estudos, o programa oferta uma bolsa de até R$ 500 ao estudante, permitindo que este possa vislumbrar mais oportunidades para ingresso no mercado de trabalho.
A pesquisa apontou que em 2022, entre as pessoas pretas ou pardas com 15 anos ou mais de idade, 15,7% eram analfabetas, enquanto entre as pessoas brancas, a taxa observada foi de 11,2%. No grupo etário de 60 anos ou mais, a taxa de analfabetismo dos brancos alcançou 26,8%, enquanto entre pretos ou pardos ela chegava a 41,3%. Na análise por sexo, a taxa de analfabetismo das mulheres de 15 anos ou mais, em 2022, foi de 13,2%, enquanto a dos homens foi de 15,7%. Entre os idosos, a taxa das mulheres foi de 35,7%, ficando acima da dos homens (39,3%).
Para o secretário o Estado está avançando com as políticas de inclusão e proteção social. “Outra referência é o programa Criança Alagoana (Cria), que proporciona todas as condições necessárias à formação integral ainda na primeira infância, integrando a educação às políticas nas áreas de Saúde e Assistência Social. Já são quase 40 creches Cria em Alagoas, cada qual acolhendo até 200 crianças. Além disso, temos também o Criança Alfabetizada, que completou três anos em 2023 e já contempla oitenta mil alagoanos”, destaca o secretário, referindo-se ao programa que integra o Escola 10 e cujo principal objetivo é alfabetizar até os sete anos de idade – com direito, inclusive, à premiação para as escolas.
O secretário de Estado da Educação, Marcius Beltrão, demonstrou otimismo com a pesquisa
Material didático e bolsas buscam alcançar jovens que não estudavam – Em 2022, havia 840 mil pessoas de 15 a 29 anos de idade em Alagoas. Dentre essas pessoas 9,5% estavam ocupadas e estudando; 30,5% não estavam ocupadas nem estudando; 28,2% não estavam ocupadas, porém estudavam; e 31,8% estavam ocupadas e não estudando. Entre as mulheres, 37,5% não estavam ocupadas, nem estudando ou se qualificando e, entre os homens, 22,7%.
O secretário destacou que as escolas têm trabalhado para ampliar a formação dos jovens. “As escolas da rede estadual contam com o apoio técnico e pedagógico da Seduc, que garante material didático aos municípios e pagamento de bolsas a profissionais da educação para oferta de formação continuada, além da realização de avaliações externas que integram o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb)”, emenda Beltrão, reforçando a importância da iniciativa para se fortalecer o processo de aprendizagem dos estudantes. “E seguiremos trabalhando para garantir uma educação verdadeiramente inclusiva. Não à toa, já estamos discutindo a criação de mais uma gerência, desta vez para aprimorar a educação escolar indígena em Alagoas”, conclui o secretário.
PESQUISA – Essa é a primeira divulgação do módulo após a pandemia. Devido à redução na taxa de aproveitamento da amostra, causada pela mudança na forma de coleta implementada emergencialmente durante o período de distanciamento social, a divulgação do suplemento foi suspensa em 2020 e 2021, retornando agora com os resultados para 2022.
A pesquisa apontou ainda que das 370 mil pessoas estimadas para Alagoas, 190 mil eram homens e 180 mil, mulheres. As taxas ficaram em 37,2% entre as pessoas de 60 anos ou mais, 25,8% entre as pessoas com 40 anos ou mais, 18% entre aquelas com 25 anos ou mais e 15,3% entre a população de 18 anos ou mais.