A taxa média de desocupação em Alagoas foi estimada em 10,6% no primeiro trimestre deste ano, representando uma alta de 1,3 pontos percentuais em relação ao trimestre imediatamente anterior. Em relação ao mesmo período do ano passado (janeiro, fevereiro e março), houve queda de 3,6 p.p. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) e foram divulgados nesta quinta-feira (18) pelo IBGE.
Na comparação com as demais unidades da federação, Alagoas apresentou a décima maior taxa de desocupação e, na região Nordeste, apresentou resultados melhores que Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%), Rio Grande do Norte (12,1%), Sergipe (11,9%), Piauí (11,1%) e Paraíba (11,1%).
Em números absolutos, o desemprego atingia 142 mil pessoas em Alagoas nos meses de janeiro, fevereiro e junho, um contingente de 47 mil pessoas a menos na comparação com o mesmo período do ano anterior, quando a desocupação atingia 189 mil pessoas. Em relação ao último trimestre de 2022, a pesquisa apontou estabilidade.
Já o rendimento médio real habitual de todos os trabalhos foi estimado em R$ 1.983,00 no primeiro trimestre, um aumento de 5,3% (R$ 100,00) na comparação com o quatro trimestre de 2022 e de 10% (R$ 180,00) em relação ao primeiro trimestre do ano passado, ou seja, quem está ocupado, está recebendo mais.
Estimada em 1,199 milhão de pessoas no primeiro trimestre, a população ocupada teve aumento de 51 mil (4,5%) em relação ao mesmo período do ano anterior. Com relação ao último trimestre de 2022, houve queda de 49 mil pessoas, representando uma variação de 3,9%.
No Brasil, a taxa de desocupação subiu para 8,8% no primeiro trimestre frente ao trimestre anterior e essa expansão foi disseminada por 16 unidades da federação. De acordo com a analista da pesquisa Alessandra Brito, no primeiro trimestre, o aumento da desocupação e a queda da ocupação, de forma simultânea, resultaram no crescimento da taxa de desocupação nas grandes regiões, assim como ocorreu no resultado nacional.
“Após um ano de 2022 de recuperação do mercado de trabalho pós-pandemia, em 2023, parece que o movimento sazonal de aumento da desocupação no começo do ano está voltando ao padrão da série histórica”, explica a analista.
Historicamente, esse aumento ocorre nos primeiros meses do ano, refletindo, por exemplo, o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior, e uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período.
Queda é impulsionada por aumento de empregadores e trabalhadores do setor público
A análise da pesquisa revelou ainda que, na comparação entre o último trimestre de 2022 e os primeiros três meses deste ano, houve queda de 10,5% (de 241 para 216 mil) entre as pessoas ocupadas no setor público. Esse impacto foi maior especialmente entre os que não possuíam carteira assinada (15,7%), representando redução de 114 para 96 mil pessoas.
Já em relação aos grupamentos de atividade, a PNADC Trimestral mostrou que o número de trabalhadores ocupados na “administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais” saiu de 293 para 274 mil, ou seja, uma queda de 6,2%. No setor de “Alojamento e alimentação”, a redução foi de 93para 80 mil (14%).