Campos Neto diz que arcabouço está ‘na direção certa’ e que BC quer achar ‘condições estruturais’ para queda de juros
Presidente do Banco Central disse ainda que o Congresso Nacional poderá fazer alguns reparos no texto e que é preciso melhorar a comunicação para tranquilizar os mercados e balizar as expectativas econômicas. Roberto Campos Neto participa de evento com investidores em Londres, no Reino Unido
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O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, fez novos comentários sobre o arcabouço fiscal e seu potencial de redução dos juros nesta sexta-feira (21), em evento em Londres.
Ele afirmou que o Congresso Nacional pode fazer alguns reparos no texto do arcabouço, mas que o projeto está na “direção certa” e que é preciso melhorar a comunicação para tranquilizar os mercados e balizar as expectativas econômicas.
Campos Neto disse que o texto final do arcabouço, se aprovado, tem critérios realistas de manejo das contas públicas, e elimina o “risco de cauda” de explosão da dívida pública.
“A gente precisa avançar e explicar melhor para que isso consiga permear através dos mercados, para que a expectativa de inflação melhore e para que abra espaço para a gente fazer o nosso trabalho de queda de juros”, disse Campos Neto.
“Nenhum banqueiro central gosta de subir juros (…). Então, a gente obviamente quer achar as condições é estruturar para que isso aconteça”, afirmou.
O economista acrescentou que “parece injusto” cobrar grandes cortes de gastos por parte do governo, porque isso contraria a realidade de anos passados. Mas que o arcabouço remenda uma das principais falhas da regra antiga, que corrigia parte dos gastos obrigatórios em ritmo mais elevado do que a “subida” do teto de gastos pela inflação.
“Eu estudei todas as grandes rubricas de despesas nos últimos 25 anos e a verdade é que o país tem uma grande dificuldade de cortar [gastos]”, disse Campos Neto.
“Quando você imagina as linhas de tendência de cada rubrica em específico, quando existem cortes eles são conjunturais e não estruturais. Você corta durante um tempo e, depois, volta a subir. O corte de salário de funcionário público é um exemplo”, prosseguiu.
Fonte: G1