TikTok define limite diário de uso de 60 minutos para menores de 18 anos
O TikTok vai estabelecer um limite diário de tempo de tela de 60 minutos para usuários menores de 18 anos.
Se o limite for atingido, a pessoa terá que digitar uma senha para continuar a usar o serviço naquele mesmo dia.
Mas será possível optar por não participar da nova medida, que o TikTok diz que será lançada “nas próximas semanas”.
A plataforma de vídeos disse que está implantando o recurso para ajudar as pessoas a “manter o controle” de seu uso.
O TikTok disse que o novo limite foi estabelecido após o aplicativo encorajar em 2022 adolescentes a gerenciar seu tempo de tela. A empresa disse que isso ajudou a “aumentar o uso de ferramentas de controle de tempo de tela em 234%”.
Os usuários da plataforma devem ter pelo menos 13 anos. Como parte desse novo recurso, qualquer pessoa com menos de 18 anos receberá uma notificação semanal com uma análise do tempo de tela.
Controle dos pais
Os usuários afetados pelo bloqueio receberão sua nova senha de limite de tempo em uma tela do aplicativo quando as alterações entrarem em vigor.
Qualquer pessoa que desativar a restrição de 60 minutos e usar o aplicativo por 100 minutos por dia receberá uma solicitação para definir seus próprios controles de tempo de tela.
Os pais de crianças que usam a opção de controle parental também poderão definir limites de tempo de tela, assim como acessar um painel que detalha o uso do aplicativo.
Cormac Keenan, chefe de segurança da TikTok, disse que a empresa trabalhou em parceria com pesquisadores no desenvolvimento destes novos limites.
“Embora não haja uma posição endossada coletivamente sobre a quantidade ‘certa’ de tempo de tela, ou mesmo o impacto do tempo de tela de forma mais ampla, consultamos as pesquisas acadêmicas mais atuais e especialistas do Laboratório de Bem-Estar Digital do Hospital Infantil de Boston para definir esse limite”, disse.
Os críticos do aplicativo de vídeo viram como positivo o limite de tempo de tela, mas o descreveram como a “ponta do iceberg” quando se trata da resposta do TikTok à exposição de jovens usuários à plataforma.
‘O crack dos algoritmos’
Imran Ahmed, executivo-chefe do Centro de Combate ao Ódio Digital, publicou recentemente uma pesquisa mostrando que o algoritmo do TikTok “bombardeia” adolescentes com conteúdo nocivo.
“O TikTok venceu a corrida pelos corações e mentes de jovens de 14 a 24 anos nos Estados Unidos e no Reino Unido”, disse.
“É o crack dos algoritmos. É o que mais vicia, é o mais perigoso e o que precisa ser tratado com mais urgência.”
Ahmed disse à BBC que a pesquisa feita no final de 2022 revelou que, minutos depois de abrir uma conta no TikTok, uma usuária de 13 anos estava recebendo conteúdo de transtorno alimentar e automutilação.
Ele pediu à plataforma que concentre seus esforços não apenas em reduzir o tempo de tela, mas também em “limpar” feeds de conteúdo prejudicial para torná-la um “ambiente seguro para crianças”.
Esse pedido ocorre quando o TikTok, de propriedade da empresa de tecnologia chinesa ByteDance, enfrenta uma polêmica sobre seu relacionamento com o governo chinês e a proteção de dados do usuário.
No início desta semana, o governo canadense proibiu o uso do aplicativo em aparelhos oficiais, após os Estados Unidos tomarem medidas semelhantes.
Em setembro de 2021, o TikTok disse ter atingido mais de 1 bilhão de usuários mensais ativos, tornando-se uma das maiores redes sociais do mundo.
O aplicativo não divulga um detalhamento demográfico de seus usuários, mas é visto por profissionais de marketing e anunciantes como uma plataforma fundamental para alcançar pessoas com menos de 34 anos.