Dólar se aproxima de R$ 5,25, ainda com tensões no Oriente Médio e risco fiscal brasileiro no radar


No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 1,24%, cotada em R$ 5,1847, no maior nível desde março de 2023. Já o principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou com um recuo de 0,49%, aos 125.334 pontos. Dólar
Pixabay
O dólar opera em alta e se aproxima do patamar dos R$ 5,25 nesta terça-feira (16), com investidores ainda repercutindo as tensões no Oriente Médio e com o risco fiscal brasileiro pesando sobre os mercados locais.
Há expectativa de que Israel possa revidar o ataque realizado pelo Irã no último fim de semana, o que aumenta as incertezas sobre os rumos do conflito na região.
Já no Brasil, o mercado reflete o anúncio, ontem, de que o governo reduziu a meta fiscal para 2025. Agora, a projeção é de déficit zero no ano que vem, contra superávit projetado anteriormente.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Dólar
Às 10h, o dólar subia 1,06%, cotado a R$ 5,2397. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,2505. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana avançou 1,24%, cotada em R$ 5,1847, no maior patamar em um ano.
Com o resultado, acumula altas de:
1,24% na semana;
3,38% no mês; e
6,85% no ano.

Ibovespa
O Ibovespa começa a operar às 10h.
Na sexta, encerrou em queda de 0,49%, aos 125.334 pontos.
Com o resultado, acumula quedas de:
0,49% na semana;
2,16% no mês; e
6,60% no ano.

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O mercado segue atento aos desdobramentos dos conflitos no Oriente Médio. No fim de semana, o Irã lançou um ataque de mísseis e drones contra Israel, após um suposto ataque israelense contra a embaixada iraniana na Síria.
Há um esforço diplomático internacional, principalmente dos Estados Unidos e Europa, de conter a escalada das tensões, impedindo que Israel responda ao ataque.
No entanto, o governo israelense prometeu uma retaliação e voltará a se reunir nesta terça para discutir uma resposta. A intenção do governo israelense é realizar uma ofensiva que atinja o território iraniano mas que não seja forte o suficiente para provocar uma nova guerra no Oriente Médio, segundo fontes do gabinete ouvidos pela agência de notícias Reuters.
O Irã disse, depois do ataque, que tratava a questão como encerrada, mas alertou que vai revidar no caso de um novo ataque de Israel.
Neste contexto de incertezas, investidores recorrem aos títulos que são tidos como mais seguros para proteger seu patrimônio. Assim, o dólar ganha vantagem sobre outras moedas, principalmente as de países emergentes, como o Brasil.
Além disso, com os possíveis reflexos da guerra no preço do petróleo – e consequentemente nos combustíveis -, investidores começam a acreditar que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) pode não reduzir suas taxas de juros de maneira significativa neste ano. Atualmente, os juros nos Estados Unidos estão entre 5,25% e 5,50% ao ano.
No cenário doméstico, o destaque continua com o risco fiscal, após a confirmação de que o governo reduziu a meta fiscal e descartou um superávit para 2025.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a meta do governo Lula 3 é de ter déficit zero em 2025 e que o salário mínimo deve ser de R$ 1.502 no próximo ano. O projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias será apresentado ainda nesta segunda-feira (15).
“Até me explicar aqui: nós não costumamos antecipar os dados da LDO [Lei de Diretrizes Orçamentárias] antes da entrevista oficial, mas vazaram estes dois dados. Eu até me desculpo por estar falando disso antes das 17h que o horário é combinado, mas sim, os dados são esses”, disse Haddad.
Na LDO anterior, o projetado era de superávit de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para 2025 e de 1% para 2026. Na semana passada, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou que o governo tentava fixar uma “meta factível” para as contas públicas no ano que vem.
Além de 2025, as metas devem ser corrigidas para superávit de 0,25% para 2026, 0,5% para 2027 e 1% para 2028.

Fonte: G1

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