O Projeto Respirar, idealizado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), em parceria com a Secretaria da Primeira Infância (Cria), realizou a primeira cirurgia de reconstrução laringotraqueal pelo Sistema Único de Saúde (SUS) de Alagoas. O procedimento cirúrgico foi realizado no Ambulatório de Via Aéreas Pediátricas do Estado, que funciona Hospital da Mulher (HM), situado em Maceió, e o paciente, Luis Miguel da Silva, de 7 anos, recebeu alta médica nesta quarta-feira (10).
A mãe de Luis Miguel, Eliane da Silva, relata que está muito feliz com a realização da cirurgia de seu filho. “Ele usa a traqueostomia desde cinco meses de idade e, durante esse tempo, estava em tratamento, na luta para a cirurgia. Mas, graças a Deus e também ao Projeto Respirar da Sesau, deu tudo certo e ele fez a cirurgia, a reconstrução laringotraqueal, e está se recuperando bem”, salientou.
O cirurgião torácico Wander Mattos, que realizou o procedimento de Luis Miguel, explicou que o Ambulatório de Via Aéreas Pediátricas do Estado conta com o atendimento de uma equipe multidisciplinar. O serviço, ainda conforme o especialista, é voltado para crianças que, por alguma alteração ou complicações decorrentes de outras patologias, precisaram realizar uma traqueostomia.
“Na última semana tivemos um momento bem importante do projeto. Começamos as cirurgias de Alta Complexidade da via aérea, que são as reconstruções laringotraqueais com enxerto de cartilagem, procedimento inédito realizado em um hospital totalmente público em Alagoas. Essa cirurgia tem o objetivo de ampliar o diâmetro das vias respiratórias, através do enxerto de duas cartilagens da costela, feito com uma modelagem especial, como se fosse um lego realmente, encaixando na via aérea e ampliando esse diâmetro, objetivando promover futuramente a retirada da cânula e o restabelecimento da via respiratória da criança”, disse o médico Wander Mattos.
Por meio do Respirar, a vida de crianças que precisam de diagnóstico, tratamento e cirurgia por obstruções nas vias respiratórias vem mudando para melhor. Para ter acesso ao projeto, a criança que estiver fora de uma unidade de saúde deve ser encaminhada pelo Sistema de Regulação Estadual (Sisreg). Já as que estão em um dos hospitais mantidos pelo Governo de Alagoas, podem receber o atendimento quando apresentarem o perfil indicado.
A otorrinolaringologista do projeto, Mirela Magalhães, acompanhou a cirurgia de Luis Miguel da Silva de perto e salientou a importância do ambulatório e do projeto para beneficiar as crianças traqueostomizadas. “O paciente recebeu alta depois de uma semana da cirurgia. Iremos olhar no ambulatório na próxima semana e daqui a cinco semanas vamos retirar o molde da cirurgia e vamos ficar acompanhando ele até a decanulação. Estamos muito felizes com esse grande marco do projeto”, explicou a médica.