Integrantes do sistema Estadual de Defesa Civil participaram da manhã desta quarta-feira (10), na sede da Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), da reunião de preparação de desastres para a quadra chuvosa de 2024, que tem início na segunda quinzena de abril e vai até a segunda quinzena de agosto.
O superintendente de Prevenção de Desastres Naturais, Vinícius Pinho, que coordena a Sala de Alerta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh), informou que os modelos meteorológicos apontam para chuvas acima da média na quadra chuvosa de 2024, principalmente na zona leste do Estado.
“Nós temos condições favoráveis a volumes expressivos de chuva nesta quadra chuvosa, o que é uma preocupação para a gente. Esses volumes devem ser mais expressivos, principalmente, na metade leste do estado de Alagoas, que é aquela região mais vulnerável, onde ficam as nossas principais bases hidrográficas com histórico de inundação”, alertou Vinícius.
Os rios com maiores riscos são Mundaú, Paraíba e Jacuípe, que ficam na zona da mata, uma região bem propícia à chuvas intensas durante a quadra chuvosa. Vinícius Pinho acrescentou que o cenário está muito parecido com o do último ano, com a saída de um período de El Niño, quando diminui o volume de chuvas na região, mas rapidamente entra em um novo fenômeno, o La Niña, que favorece as chuvas na região.
“Mas, além disso tudo, a gente está com temperaturas da superfície do mar no Oceano Atlântico, próximo à costa, muito aquecidas, e isso favorece que o oceano aquecido seja combustível para a formação de chuva. Então o nosso cenário é esse, propenso para bastante chuva na região”.
Vinícius disse que não é possível adiantar o volume de chuvas que ocorrerão durante a quadra chuvosa. “É difícil quantificar. No período chuvoso, na região litorânea do estado, choveu em torno de 800 a 900 milímetros no trimestre. Então é um volume bastante expressivo. A nossa grande preocupação é que essa chuva caia num curto espaço de tempo”, pontuou Vinícius, lembrando que devido a mudanças climáticas os fenômenos estão cada vez mais frequentes. “De 2010 para cá tivemos vários períodos de desastres, seja de chuvas intensas ou seca extrema”, observou.
Segundo o secretário-executivo da Defesa Civil Estadual, tenente-coronel CB Rômulo Guedes, as reuniões para prevenção de desastres acontecem todos os anos como forma para fazer a prevenção e a gestão de desastres no período de chuvas.
“Começamos com o monitoramento lá na Sala de Alerta da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Semarh) e trazemos toda essa informação para que o corpo de gestão do desastre possa trabalhar nesse momento de chuva”, esclareceu Rômulo Guedes.
Serão realizadas ainda reuniões em quatro polos: dia 17/4, em Penedo com municípios do litoral sul; Dia 24/4, Porto Calvo, com litoral norte; dia 8/5 em Viçosa com o Vale da Paraíba; e 15/5, São José da Laje com o vale do Mundaú. Rômulo Guedes observou que já houve ocorrência de chuvas pontuais no último fim de semana se concentrando em todo o litoral, norte ou sul.
“Esse é o um momento de preparação que fazemos em todo mês de março a abril e Alagoas é exemplo disso, nesse modelo de gestão pública de prevenção de desastre, já que toda a quadra chuvosa a gente tem desastre, não importa a intensidade, e nós temos um histórico de desastre, como 2010, 2017 e 2022”, lembrou o secretário-executivo da Defesa Civil Estadual.
O secretário de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Gino César, informou que a partir de 2010 quando houve uma das maiores cheias no estado, que atingiu 95 municípios alagoanos, com 150 mil pessoas atingidas e 48 óbitos, o Estado vem se equipando para enfrentar esses desastres. Exemplo disso, foi a criação da Sala de Alerta, que no ano passado passou a fazer parte oficialmente da estrutura da Semarh.
“Hoje temos uma superintendência de Prevenção de Desastres e temos um equipamento que digitaliza todas as informações referentes a desastres e até o fim do ano, estaremos com 100% dos municípios alagoanos monitorados por esse sistema”, adiantou Gino César.
O Major Bombeiro Felipe Dórea, piloto e coordenador de Ensino do Comando de Aviação do Estado de Alagoas, fez uma explanação sobre os procedimentos operacionais para acionamento e recepção de aeronaves na resposta de desastres.
“Contamos hoje com cinco aeronaves de asas rotativas, que são os helicópteros, e duas aeronaves de asa fixa, que são os aviões. A asa rotativa e os cinco helicópteros estão todos capacitados, equipados para o atendimento em caso de desastres em casos de inundações”, assegurou o major.
O representante da Capitania dos Portos de Maceió, capitão-tenente Camões, garantiu que a Marinha tem viaturas aquáticas para fazer o socorro de vítimas das enchentes, caso seja acionada. “Essa missão é de suma importância para a sociedade e nós temos a nossa disposição as viaturas e as nossas embarcações que são propícias a navegar em áreas alagadas”, informou.
O coordenador da Defesa Civil Estadual, coronel Moisés Melo, que está participando de uma reunião em Brasília, abriu a reunião, por videoconferência, agradeceu a presença de todos que fazem o Sistema de Defesa Civil na reunião da AMA, ressaltando a importância das medidas preventivas para mitigar o efeito de chuvas fortes. “O Estado está pronto para qualquer tipo de desastre e coloca toda a sua estrutura do Estado para servir a população e os municípios que necessitem”, assegurou Moisés.
Participaram da reunião representantes das Secretarias de Estado da Segurança Pública (SSP), Educação (Seduc) e Meio Ambiente, Saúde (Sesau) e Recursos Hídricos (Semarh), Casal, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Polícia Rodoviária Federal, Marinha e Comando Aéreo.