Mistério revelado: os destinos nebulosos dos recursos do acordo Braskem-JHC
No centro de uma controvérsia, o destino dos vultosos recursos provenientes do acordo entre a prefeitura de Maceió e a gigante petroquímica Braskem, intermediado pelo prefeito João Henrique Caldas, o JHC (PL), finalmente começa a ser revelado. Uma investigação detalhada sobre os contratos e documentos publicados no Diário Oficial do município trouxe à tona informações surpreendentes sobre como esses fundos estão sendo utilizados.
Desde a assinatura do acordo, estima-se que mais de R$ 400 milhões já foram desembolsados pela prefeitura, mas a falta de transparência tem sido uma constante nesse processo. A recusa em fornecer detalhes sobre a aplicação desses recursos por parte de JHC e sua equipe tem gerado questionamentos e levantado suspeitas sobre sua gestão.
Dentre os destinos revelados, destacam-se a compra milionária de um hospital, a realização de contratos sem licitação e o pagamento de aluguel de prédios escolares. Em setembro de 2023, JHC anunciou a aquisição do Hospital do Coração por R$ 266 milhões, utilizando parte do montante acordado com a Braskem em um acordo que envolveu questões ambientais e urbanísticas complexas.
Contudo, o mistério que envolve a destinação dos recursos permaneceu até recentemente, quando investigações jornalísticas lançaram luz sobre o assunto. Parte significativa desses fundos está sendo direcionada para obras e serviços destinados à operação de creches, beneficiando uma Organização da Sociedade Civil sediada em Campinas, SP, o Instituto de Gestão Educacional e Valorização do Ensino (IGEVE).
Os contratos, que ultrapassam os R$ 69 milhões, são apenas uma parcela do que já foi revelado. Além disso, termos de apostilamento alterando fontes de pagamento de aluguéis de prédios escolares e contratos de consultoria em engenharia também foram descobertos, totalizando cifras significativas.
A mudança nas fontes de pagamento, aparentemente para ocultar a origem dos recursos, levanta questões sobre a transparência e a legalidade dos procedimentos adotados pela gestão municipal. A população e os órgãos fiscalizadores aguardam respostas concretas sobre o uso desses recursos e esperam que a luz seja finalmente lançada sobre esse mistério administrativo que tem dominado a cena política local.
Fonte: Redação com assessoria