Mãe cria campanha para doação de medula óssea após diagnóstico de leucemia da filha

“Melissa precisa de você para continuar sorrindo!”. O apelo é da professora Josiane Luna, mãe da menina Melissa, de 11 anos, recentemente diagnosticada com leucemia e que precisa, com urgência, de doação de medula. Josiane recebeu a notícia de que a filha estava doente e da necessidade de um transplante no último mês de dezembro. O caminho para a descoberta da doença teve início durante uma atividade escolar da criança e os sintomas chegaram a ser confundidos com uma crise de ansiedade.

A descoberta  – “Em 21 de novembro do ano passado, Melissa tinha apresentações de ginástica rítmica na escola, ela tinha um solo e a apresentação em conjunto, mas veio me dizer que não ia fazer o solo, porque ela andava se sentindo cansada, que estava indisposta, mas não tinha dito nada pra gente porque não queria preocupar. Daí, assim que a apresentação terminou, percebi que tinha alguma coisa errada ali e aí, quando eu me aproximei, eu vi que ela estava tendo uma crise, como se fosse uma crise de ansiedade, como se não conseguisse respirar direito e muito nervosa. O pai foi buscar água, e aí deu água pra ela, ela foi melhorando um pouquinho, quando a gente saiu de dentro da escola, ela melhorou de vez”, detalha Josiane Luna.

Os pais seguiram monitorando e a menina, no máximo, dizia estar cansada. “E aí foram passando os dias, ela só dizia que estava um pouco cansada e a gente foi associando também à questão de ser final de ano, porque Melissa sempre foi muito ativa. Além da escola, ela tinha inglês, ginástica rítmica e tinha começado a aula de teclado. E aí eu falei assim: olha filha, a mamãe também sempre ficou muito cansada final de ano, sempre estudei, mas já você vai ficar de férias, a gente vai sair para passear, vai marcar médico também”. 

“No início de dezembro, ela teve uma outra crise de ansiedade, quando foi para a escola e depois, num sábado, começou com uma febrezinha, nada de febre alta. Ela teve essa febrezinha, na segunda a febre foi embora, mas aí quando foi na terça-tarde, essa febre voltou e ela também estava com uma tossezinha seca que se intensificou. A gente tinha consulta marcada para quarta de manhã, eu levei. Quando chegou lá, a médica examinou, conversou, perguntou muitas coisas e passou vários exames. E aí, no meio da tarde, começaram a ligar para o meu esposo, era o pessoal do laboratório pedindo que a gente levasse ela para o hospital. A gente foi correndo com ela para a Santa Casa, era finalzinho de tarde, início de noite. E quando a gente chegou, já não tinha nem dúvida. Melissa estava com leucemia, já dava para ver pelo hemograma dela, as taxas estavam muito descompensadas, os leucócitos estavam muito altos. Hemoglobina baixíssima. A gente precisou interná-la, ela foi direto para a UTI. O caso dela já estava muito grave. Foi tudo muito rápido, muito, muito, muito rápido. Passamos 13 dias na UTI, foi do dia 6 até o dia 19″”, relembra a professora.

Tratamento – Com o diagnóstico, Melissa tem recebido tratamento específico desde o dia 09 de dezembro, quando foram iniciadas as quimioterapias. “O tratamento está seguindo bem, graças a Deus. Mas, devido ao tipo de célula que está causando a leucemia de Melissa, a equipe médica já sinalizou para a gente, desde a segunda semana de internação, que seria um caso para transplante, já indicação direta de transplante”, conta a mãe da menina.

A campanha –  Mesmo abalada com a informação, a mãe de Melissa juntou forças e criou uma campanha em prol da doação de medula óssea.  “Juntos podemos fazer a diferença na vida da Mel. Ela precisa de um transplante de medula óssea para vencer a leucemia. Seja a esperança que Mel precisa. Cadastre-se no Redome em um hemocentro da sua cidade e seja um doador de medula óssea”, traz o apelo nas redes sociais.

“É uma temática muito importante e a gente não vê informações, nem incentivo à doação de medula. É algo que passa despercebido. Esse espaço está sendo aberto pela nossa necessidade, mas pode e vai também ajudar outras pessoas”, acrescenta Josiane.

Melissa e os pais, Josiane e José Luiz. Foto: Reprodução / Instagram

A luta de Josiane tem sido para encontrar alguém com a mesma compatibilidade HLA de Melissa. Ao longo dos anos, a ciência comprovou que irmãos de mesmo pai e mesma mãe têm 25% de chance de ter herdado a mesma tipagem HLA e que transplantes entre irmãos têm os melhores resultados. O que torna o caso da pequena alagoana um tanto mais desafiador: ela é filha única de mãe e pai.

Mobilização tem levado doadores de medula óssea aos hemocentros. Foto: Reprodução/ Instagram

Enquanto busca alguém da mesma compatibilidade, a campanha já ajuda outros pacientes do Brasil, por meio do Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome), que podem ser beneficiados com o material biológico de doadores provocados a partir da mobilização em prol de Melissa.

“São várias doenças que podem ser curadas com a doação de medula óssea. E assim, para que a gente encontre um doador não aparentado, a chance é de um em cada cem mil. A campanha, ela tem esse objetivo de conscientizar, falar da importância e aumentar esse número de doadores, para que se torne menos difícil a nossa busca e a busca de outras famílias. Porque quanto mais pessoas se cadastrarem, mais pessoas serão beneficiadas. Eu tenho fé em Deus nisso”, complementa Josiane. 

Veja os requisitos para se tornar doador de medula óssea:

  • Ter entre 18 e 35 anos de idade;
  • Apresentar documento oficial de identidade com foto;
  • Estar em bom estado geral de saúde;
  • Não ter doença infecciosa ou incapacitante;
  • Não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico;
  • Algumas complicações de saúde não são impeditivas para doação, sendo analisado caso a caso.

Mais informações no Instagram @josiane.sluna.

Fonte: TNH1

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