Como derrocada complicou Botafogo na Libertadores e pode ‘custar’ até R$ 26 milhões
A derrocada do Botafogo no Campeonato Brasileiro, quando deixou de ser líder com folga para terminar a competição fora do G-4, que daria vaga direta aos grupos da CONMEBOL Libertadores, pode custar – e muito – ao clube carioca. Na liderança durante 31 rodadas, o Alvinegro passou sete meses no topo do Brasileirão, e a…
A derrocada do Botafogo no Campeonato Brasileiro, quando deixou de ser líder com folga para terminar a competição fora do G-4, que daria vaga direta aos grupos da CONMEBOL Libertadores, pode custar – e muito – ao clube carioca.
Na liderança durante 31 rodadas, o Alvinegro passou sete meses no topo do Brasileirão, e a torcida se animou em relação ao título, que não vinha desde 1995. Após um primeiro turno histórico, o Botafogo viu o segundo se tornar um pesadelo. Com uma sequência de 11 jogos sem vencer – o clube carioca conquistou o último triunfo na 27ª rodada, contra o América-MG -, viu o Palmeiras arrancar e tomar o topo na 34ª jornada.
O “filme de terror” alvinegro só aumentou. Após o empate em casa por 0 a 0 contra o Cruzeiro, na penúltima rodada, o clube da Estrela Solitária saiu do G-4 pela primeira vez e precisava na última partida, contra o Internacional no Beira-Rio, vencer e torcer para um tropeço dos rivais acima. Sem fazer sua parte – o Botafogo perdeu por 3 a 1 – terminou a competição em 5º, com 64 pontos, fora da zona que daria vaga direta na fase de grupos.
Agora, terá que disputar as fases prévias da Libertadores, com adversários complicados, incluindo altitude e um possível confronto brasileiro, correndo o risco de nem chegar aos grupos e, consequentemente, sofrer impacto também financeiro em 2024.
Pensando nisso, o ESPN.com.br separou os cenários que o Botafogo tem pela frente e qual pode ser o impacto nos cofres alvinegros em cada um deles.
Entendendo os valores
Considerando as cifras pagas pela Conmebol em 2023 – já que os valores de 2024 ainda não foram divulgados pela entidade -, o Botafogo, por disputar a segunda fase, embolsará US$ 500 mil (R$ 2,4 milhões).
Cabe lembrar que o clube carioca terá pela frente o vencedor de Melgar-PER ou Aurora-BOL. Em ambos os cenários a equipe treinada por Tiago Nunes terá que encarar a temida altitude.
Se avançar, podendo pegar Red Bull Bragantino ou Águilas Doradas-COL, o Alvinegro botará nos cofres por disputar a terceira fase mais US$ 600 mil (R$ 2,9 milhões).
É bem menos do que a cifra que estaria garantida caso o clube entrasse direto nos grupos, onde teria direito, independentemente dos resultados, a US$ 3 milhões (R$ 14,5 milhões).
Fora isso, os grupos dão chance às equipes a receberem um bônus de US$ 300 mil (R$ 1,4 milhão) por cada vitória, ou seja, possibilidade de embolsar até R$ 8,4 milhões se houver 100% de aproveitamento.
Ao todo, considerando o teto máximo da fase de grupos, o Botafogo pode faturar até R$ 28,2 milhões. No entanto, o caminho é tortuoso e uma queda precoce pode prejudicar – e muito – as previsões financeiras do clube para a temporada 2024.
Os ‘prejuízos’
Se cair na segunda fase:
Imagine o cenário em que o Botafogo é eliminado por Aurora ou Melgar. É nele que, além dos pesadelos dos torcedores aumentarem significativamente, os prejuízos se tornam gigantes. O maior em questão. Uma queda precoce na segunda fase da Libertadores faria o Alvinegro deixar de embolsar até R$ 25,8 milhões.
Esportivamente, uma eliminação deixaria o clube carioca sem calendário sul-americano em 2024, já que a queda na referida fase não leva para a CONMEBOL Sul-Americana.
Se cair na terceira fase:
Passando de bolivianos ou peruanos, algo plausível, já que decide o confronto no Estádio Nilton Santos, o Botafogo teria pela frente Red Bull Bragantino, podendo fazer um confronto brasileiro, ou Águilas Doradas.
Se eliminado, teria, ao menos, o consolo esportivo de disputar a Sul-Americana, indo à fase de grupos. No entanto, financeiramente, representaria um prejuízo de até R$ 22,9 milhões.
Sul-Americana pode ser ‘consolo’ também financeiro
No cenário com o Botafogo caindo na terceira fase da Libertadores, o clube tem direito a disputar a Sul-Americana, indo direto aos grupos. Na segunda principal competição do continente, o Glorioso poderia, ao menos, fazer o prejuízo ser menor.
Considerando os valores pagos pela Conmebol em 2023, o clube carioca receberia US$ 900 mil (R$ 4,3 milhões) na fase de grupos, além de US$ 100 mil (R$ 485 mil) por vitória, ou seja, R$ 2,8 milhões no teto máximo, se vencer as seis partidas.
Faturando todo dinheiro possível pago na fase de grupos, o Botafogo poderia levar R$ 7,1 milhões, que se somariam aos R$ 5,3 milhões das fases iniciais da Libertadores, totalizando R$ 12,4 milhões. É menos do que já estaria assegurado, independentemente do desempenho, em caso de G-4 do Brasileiro e vaga nos grupos da Libertadores.
Já imaginando possíveis vitórias nas chaves da Libertadores, a distância pode superar R$ 10 milhões.