Dólar inverte o sinal e passa a subir, depois de decisão de juros nos EUA e no Brasil
Na véspera, a moeda norte-americana recuou 0,18%, cotada a R$ 5,2359. Notas de dólar
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O dólar opera em alta nesta quinta-feira (23), após as decisões de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do Comitê de Política Monetária (Copom).
Às 11h54, a moeda norte-americana subia 0,70%, cotada a R$ 5,2723. Veja mais cotações.
Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,18%, cotada a R$ 5,2359. Com o resultado, passou a acumular alta de 0,21% no mês e queda de 0,80% no ano.
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Haddad diz que comunicado do Banco Central sobre a Selic é ‘preocupante’
O que está mexendo com os mercados?
Os resultados de juros, tanto nos EUA como no Brasil, vieram dentro das expectativas de mercado. O Fed divulgou nesta quarta-feira a decisão de elevar em 0,25 ponto percentual a taxa de juros dos EUA, para uma faixa de 4,75% a 5%. O aumento, dentro do esperado pelo mercado, não provocou movimentos mais acentuados na cotação do dólar.
Na divulgação, o Fed citou a turbulência que atingiu o sistema bancário norte-americano, com a quebra dos bancos médios Silicon Valley Bank e Signature Bank, além da crise enfrentada pelo First Republic Bank, que recebeu socorro bilionário de outros 11 bancos.
Havia dúvidas de que o Fed poderia interromper a alta de juros por conta das complicações causadas ao setor bancário. O Fomc, porém, reconhece que o crédito deve ficar mais restrito no país e disse estar vigilante à questão.
“O sistema bancário dos EUA é sólido e resiliente. Acontecimentos recentes devem resultar em condições de crédito mais restritivas para famílias e empresas e pesar na atividade econômica, nas contratações e na inflação. A extensão desses efeitos é incerta. O Comitê permanece altamente atento aos riscos de inflação”, disse o comunicado do banco central norte-americano.
Sobre a inflação, foco da decisão, o Fed destacou que os preços seguem elevados, com emprego em alta e em “ritmo robusto”. O Federal Reserve sinalizou ainda que pode seguir com o arrocho monetário nas próximas decisões sobre os juros.
“O Comitê antecipa que algum endurecimento adicional da política pode ser apropriado para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo”, continuou o comunicado.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu manter a taxa básica de juros, a Selic, em 13,75% ao ano, também sem surpresa. A decisão se deu em meio a turbulências no sistema bancário global e a críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e de ministros do governo ao atual nível da taxa de juros.
Em nota emitida após reunião, o Comitê afirmou que, embora a reoneração dos combustíveis tenha reduzido a incerteza dos resultados fiscais de curto prazo, ainda permanecem alguns fatores de risco para o cenário inflacionário.
São eles: a maior persistência das pressões inflacionárias globais, a incerteza sobre o arcabouço fiscal e seus impactos sobre as expectativas para a trajetória da dívida pública e uma desancoragem maior, ou mais duradoura, das expectativas de inflação para prazos mais longos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), reagiu: “Eu considerei o comunicado preocupante, muito preocupante, porque hoje divulgamos relatório bimestral mostrando que nossas projeções de janeiro estão se confirmando sobre as contas públicas”, afirmou o ministro.
“Em momento em que economia está retraindo e que o crédito está com problema, o Copom chega a sinalizar até a possibilidade de uma subida da taxa de juros […] Lemos com muita atenção, mas achamos que realmente o comunicado preocupa bastante”, continuou o ministro.
Para economistas ouvidos pelo g1, o comunicado do Copom foi mais duro do que o esperado e trouxe alguns recados importantes a serem considerados pelo mercado para a trajetória da Selic. Entre eles:
Incertezas fiscais ainda pairam sobre o país;
Houve aumento das expectativas de inflação para 2023 e 2024;
Não há perspectiva de corte de juros;
A conjuntura internacional é monitorada.
Entenda aqui como cada ponto influenciou na decisão de manutenção da Selic por parte do Copom.
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Fonte: G1