Na semana de implantação do novo modelo da Carteira de Identidade Nacional (CIN), o Instituto de Identificação de Alagoas celebra outro grande marco histórico da identificação civil no estado. Criado em 17 de março de 1921, o órgão completa hoje (17), 102 anos de existência, de prestação de serviço à população, e de contribuição para justiça e cidadania.
Desde a criação até hoje, o processo de atendimento e emissão do principal documento de identidade do brasileiro em Alagoas evoluiu muito. A rede de postos cresceu para 43 unidades e o layout passou por diversas reformulações e modernizações, conferindo mais segurança nas informações e maior agilidade na prestação do serviço ao cidadão.
Marcelo Casado, papiloscopista e chefe administrativo do Instituto do Identificação acompanhou parte desta evolução histórica nos últimos 20 anos. Entre eles, a desvinculação da Polícia Civil, a criação da Polícia Científica, a transição do prontuário de identificação civil de papel para o modelo digital do documento, e a instalação dos sistemas informatizados dos arquivos civil e criminal.
Essa evolução permitiu ao Instituto de Identificação de Alagoas bater recorde na emissão da carteira de identidade por vários anos. Só em 2022, o órgão aumentou em 100,84% a capacidade de produção e entrega do RG a população alagoana, emitindo 275.490 novos documentos impressos, sendo 103.450 foram primeiras vias, e 172.040 segundas vias.
Fichas das primeiras pessoas que tiraram a carteira de identidade no estado ainda constam nos livros de registro geral do órgão. Domingos de Araújo Lemos e a senhora Leia Farias de Menezes são alguns dos nomes que constam no livro 01.
Na época, o modelo do RG era uma caderneta de capa dura, e poucas pessoas tinham acesso ao documento. Uma delas foi o romancista, cronista, contista, jornalista, político e memorialista brasileiro Graciliano Ramos.
O arquivo civil físico, possui hoje mais dois de milhões de prontuários de identificação civil em papel, um acervo histórico, cheio de relíquias. Uma delas é a ficha de identificação civil do então desconhecido cantor e que virou um dos maiores nomes da MPB, o alagoano Djavan.
Era digital – Recentemente, quando a foto 3×4 e a tinta nas mãos deixaram de ser utilizadas, atletas como Maurício Borges que passou pela seleção brasileira de vôlei e os jogadores de futebol Aloísio Chulapa e Roberto Firmino tiraram a primeira carteira de identidade em Alagoas. Outra estrela mundial do esporte que também tem o RG alagoano, é a rainha Marta, jogadora de futebol e embaixadora da boa vontade da ONU Mulheres, cujo modelo mais recente, passou a contar com a versão digital, por meio de um aplicativo no celular.
Na última segunda-feira (13), o Instituto de Identificação alagoano, entrou em uma nova era. Mesmo, com o Governo Federal prorrogando o prazo para os estados se adequarem ao novo modelo da Carteira Nacional de Identidade (CIN), Alagoas conseguiu se adaptar e passou a emitir o documento, respeitando a legislação que definiu o uso do número do Cadastro de Pessoa Física como registro geral.
Anízio Amorim, superintendente do Instituto de Identificação afirmou que o estado vem investindo na modernização no processo de atendimento e emissão da Carteira de Identidade. Este ano, em comemoração aos 102 anos, órgão pretende ampliar a rede de postos para facilitar o acesso aos serviços oferecidos a população.
“Estamos desenvolvendo um projeto para instalar postos em vários municípios, para aumentar a nossa capacidade de atendimento ao cidadão. Em três meses estaremos lançando a versão cartão de policarbonato do CIN, e iremos continuar levando os projetos itinerantes RG não, Meu Primeiro RG, RG para povos tradicionais (indígenas e quilombolas) e Governo Presente para a população”, explicou o superintendente.
Atualmente, além de emitir milhares de carteiras de identidade diariamente, o Instituto de Identificação, é responsável por outros serviços. O órgão é responsável pelas identificações criminais, por emitir a Certidão de Antecedentes Criminais, popularmente conhecida como Nada Consta, e por realizar as identificações oficiais de cadáveres examinados nos Institutos Médicos Legais de Maceió e Arapiraca, através de exames de necropapiloscopia.