Analistas do mercado reduzem estimativas de inflação para 2023 e 2024
Apesar da queda na estimativa de inflação, projeção para este ano ainda supera teto da meta definido pelo governo, que é de até 4,75%. Números foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco Central. Os economistas do mercado financeiro reduziram novamente a previsão de inflação para este ano, que passou de 4,90% para 4,84%.
A informação consta no relatório “Focus”, divulgado nesta terça-feira (31) pelo Banco Central. O levantamento ouviu mais de 100 instituições financeiras, na semana passada, sobre as projeções para a economia.
Mesmo com o recuo na estimativa de inflação do mercado para 2023, ela ainda segue superando o teto da meta definida pelo governo, fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
A meta de inflação oficial será considerada formalmente cumprida se o índice em 12 meses oscilar entre 1,75% e 4,75%.
Especial g1: o que é inflação
Entenda: como a inflação mexe no seu bolso
Se a projeção do mercado financeiro se confirmar, este será o terceiro ano seguido de estouro da meta de inflação, ou seja, no qual o IPCA fica acima do teto fixado pelo governo.
Em 2022, a inflação somou 5,79%.
Quanto maior a inflação, menor é o poder de compra das pessoas, principalmente das que recebem salários menores. Isso, porque os preços dos produtos aumentam, sem que o salário acompanhe esse crescimento.
Para 2024, a projeção de inflação do mercado financeiro caiu de 3,90% para 3,89%. A meta de inflação do próximo ano, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3% e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Para definir a taxa básica de juros e tentar conter a alta dos preços, o BC já está mirando, neste momento, na meta do ano que vem.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia.
Índice de difusão da inflação em julho é o menor dos últimos três anos
Crescimento da economia
Para o crescimento do PIB deste ano, a projeção do mercado financeiro permaneceu estável em 2,24% na última semana.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país. O indicador serve para medir a evolução da economia.
O aumento na projeção ocorre após a divulgação do resultado do PIB do primeiro trimestre, que apontou expansão de 1,9% na comparação com os três últimos meses do ano passado. O resultado ficou acima das expectativas de economistas.
Já para 2024, a previsão de crescimento do mercado financeiro continuou em 1,30%.
Taxa de juros
O mercado financeiro manteve a expectativa para a taxa básica de juros da economia, a Selic, estável em 12% ao ano para o fim de 2023. Atualmente, o índice está em 13,75% ao ano.
Para o fim de 2024, a projeção do mercado para o juro básico da economia permaneceu caiu de 9,5% para 9,25% ao ano. Com isso, o mercado segue estimando queda do juro também no próximo ano.
Outras estimativas
Veja abaixo outras estimativas do mercado financeiro, segundo o BC:
Dólar: a projeção para a taxa de câmbio para o fim de 2023 caiu de R$ 4,97 para R$ 4,91. Para o fim de 2024, recuou de R$ 5,05 para R$ 5.
Balança comercial: para o saldo da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações), a projeção caiu de US$ 67,6 bilhões para US$ 66 bilhões de superávit em 2023. Para 2024, a expectativa para o saldo positivo permaneceu em US$ 60 bilhões.
Investimento estrangeiro: a previsão do relatório para a entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil neste ano continuou em US$ 80 bilhões de ingresso. Para 2024, a estimativa de ingresso ficou estável também em US$ 80 bilhões.
VÍDEOS: notícias de economia
Fonte: G1