Alagoas tem mais de 4,7 mil acidentes com escorpiões em 2023; como combatê-los?

Apesar de os estudos mostrarem que a incidência de escorpiões aumenta durante o verão, estação do calor e com mais presas disponíveis para eles, os números de acidentes com os animais no inverno também são considerados altos. Eles costumam frequentar os terrenos e as casas dos brasileiros mesmo em meio ao período chuvoso. Dados do Ministério da Saúde mostram que Alagoas registrou mais de 4,7 mil acidentes com escorpiões entre janeiro e junho de 2023. Mas como evitar a proliferação destes bichos peçonhentos? Como se proteger deles?

Em entrevista ao repórter Netto Motta, da TV Pajuçara, o biólogo da Unidade de Vigilância de Zoonoses da Secretaria de Saúde de Maceió, Carlos Fernando Rocha, informou que a falta de manutenção em locais favoráveis para incidência dos animais é um dos motivos para o aumento de casos no inverno.

“Os escorpiões se multiplicam em qualquer época do ano, aceleram mais por causa do verão, por causa do calor, mas quando a gente começar a ver uma constante de casos, de picadas, de acidentes, ano a ano, é praticamente o mesmo número. Por exemplo, em 2022, a média foi de 1 mil acidentes todos os meses, de janeiro até dezembro. Esse ano está tendo casos poucos maiores, mas tem relação com a atitude da população, quando ela junta entulho, deixa de limpar terrenos, quintal, jardim… São locais favoráveis para os escorpiões. Assim como lixos, pois junta barata e esse é o alimento preferido dos escorpiões”, disse.

Carlos Fernando Rocha afirmou ainda que em locais onde não há terrenos, como apartamentos, a maioria dos escorpiões costuma entrar pelo ralo do banheiro, pois é o local mais úmido da casa e onde há brecha para passagem deles. O biólogo também explicou sobre o uso errado de venenos para combater os bichos. 

“O escorpião é um animal altamente adaptado e muito bem fortalecido. As pessoas costumam comprar qualquer tipo de veneno em supermercado, ele piora a situação do escorpião. Ele vai sentir o cheiro de veneno, não vai morrer, porque para de respirar, e vai procurar um local onde as pessoas não colocam veneno, que pode ser calçados ou roupas. Ninguém coloca neles. Então os animais vão se alojar ali e as pessoas, ao se vestirem, são automaticamente picadas. Veneno para matar escorpião é apenas em lojas especializadas. A gente recomenda que essas pessoas tenham o máximo de cuidado, principalmente em questão de ralo de banheiro, pois 90% dos escorpiões que adentram nas casas vêm pelo ralo do banheiro. Hoje o mercado fornece uma série de ralos adaptáveis, com “abre e fecha”, para evitar isso”.

Por fim, o biólogo também destacou que a proliferação de escorpiões está ligada com a alta incidência do caracol-gigante-africano, nessa época do ano. “Estão tendo dois casos paralelos. Um é a alta incidência do caracol-africano, e o outro é sobre o escorpião. Um está ligado ao outro, porque ambos estão em locais onde não há manutenção, sendo terrenos com mato alto e entulhos. Isso favorece ao aparecimento desses animais. Então a principal medida preventiva é a limpeza dos terrenos. Tem que se desfazer de entulhos o mais rápido possível”.

Segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação e Sistema de Informação de Mortalidade do Ministério da Saúde (SINAN/SIM/MS), nos primeiros seis meses do ano, o Estado contabilizou 4.785 acidentes e nenhum óbito causado por picada de escorpião. Durante o mesmo período, em 2022, o número foi de 6.032 casos, também sem mortes. Porém, os 12 meses do ano passado registraram mais de 11,6 mil acidentes envolvendo o animal, com um óbito.

Assista à entrevista que foi ao ar no programa Cidade AL:

Fonte: TNH1

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